“Ao longe o pai reconheceu o mais velho, que estava no meio da meninada a contar estórias...”
Kimbi e a magia na floresta traz em primeira mão para o Brasil a escrita tão bonita, colorida, delicada e inventiva do escritor angolano Fernando Carlos, jovem nascido em 1979 na capital Luanda, que em seus textos faz uma rica aproximação entre a Angola urbana, a Angola rural e a Angola mítica.
Composto por dois contos interligados, “Kimbi” e “A magia na floresta”, o livro escrito por Fernando é o ponto de partida para a narração de várias histórias, que acontecem tanto no plano textual, como no plano visual.
Em “Kimbi”, Yala e Wime, dois meninos que vivem em Luanda, na Angola urbana, vão de férias para a aldeia Nzoji para finalmente conhecerem o avô Kapala, griô que concentra a sabedoria ancestral do povoado. É lá que conhecem o menino Kimbi. Juntos, os três viverão aventuras que os modificarão para sempre.
Na fábula “A magia na floresta”, que dá acesso à Angola mítica, espécie de encontro entre a Revolução dos bichos com A arca de Noé, a bicharada tem uma série de problemas a enfrentar após a grande devastação que uma Tempestade causou ao seu habitat: como arrumar moradia para todos?; como assegurar que cada bicho viva como e com quem quiser?
Os dois contos se interligam textual e visualmente, e para isso contam com as ilustrações de outro jovem, o brasileiro Kel, que constrói uma fabulosa sinfonia visual cheia de cores.
Das cores presentes em Angola. Das cores presentes no Brasil.
Faixa etária
Para leitores a partir de 12 anos.
Sobre o autor
FERNANDO CARLOS nasceu em Luanda, Angola. É ator, dramaturgo, slam poet e escritor.
Atuou e escreveu as peças Janelas para o nada, A praça do conto, Issunje Kakulo e Kabaça, além de Sonhos de rua, peça vencedora do Festival Internacional de Cazenga (Festeca) 2013.
Participa de Slam de poesia falada desde 2016 e em 2017 foi vencedor do Luanda Slam com o poema Manifesta.
Publicou o seu primeiro livro, Ritmos da luta, em 2018, pela editora angolana Asas de Papel.
Em 2020 venceu o Slam Tundawala, em Angola, e o Prémio Matilde Rosa Araújo (Trofa, Instituto Camões), em Portugal, na categoria Lusofonia, com o conto A bicicleta Avó-Mãe.
Sobre o ilustrador
KEL (KEVELYN OLIVEIRA) nasceu em São Paulo, Brasil. É designer e artista gráfico. Sempre busca retratar o cotidiano de forma lúdica, trazendo camadas de suas vivências em seus trabalhos.
Memórias de uma girafa (Edições Barbatana, 2016), livro sanfonado com texto de Clarice Ferreira Verano e Paulo Verano, foi a primeira obra que ilustrou, selecionada para integrar o FNLIJ’s Selection of Brazilian Writers, Ilustrators and Publishers 2017, catálogo organizado anualmente pela FNLIJ para divulgação do livro brasileiro na Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha (Bologna Children’s Book Fair).
Teve projetos de design premiados no Brasil Design Award 2021, e participou como jurado na edição de 2022.
Como a Barbatana chegou até este livro?
“Kimbi e a magia na floresta começa em 2019, quando a Barbatana recebe um e-mail gentil de um jovem escritor chamado Fernando Adão Carlos.
Mora em Luanda, Angola, gostou de livros nossos que ganhara de presente (nossos livros em África?) e resolve nos enviar os dois contos, “Kimbi”, que traz a história de dois meninos da Angola urbana que vão de férias para a Angola rural, e “A magia na floresta”, espécie de Revolução dos bichos misturada com A arca de noé, em que a Floresta é a porta para a Angola mítica.
Entre uma e outra história editadas separadas, as duas juntas! Eis a que chegam os editores Angela Mendes e Paulo Verano após suas leituras.
O contato com Fernando também é por meio da mensagem na garrafa que vai de um lado para o outro do Atlântico. E, por vários motivos internéticos – que incluem uma ampla busca de Paulo por Fernando em várias plataformas –, o encontro virtual entre editores e escritor só acontece no fim de 2020 – época que coincide com o rapaz ganhando um prêmio de contos promovido pelo Instituto Camões, de Portugal.
A partir de 2021, outro jovem entra na história, o ilustrador Kel, Kevelyn Oliveira, de quem Angela já havia sido professora, que já ilustrara o nosso primeiro livro em 2016 e desde então dera um enorme salto.
Kel constrói uma polifonia de imagens e cores que interligam as duas narrativas, transformando-as no que se transformaram: uma sinfonia visual em que Angola urbana, Angola rural e Angola mítica se mesclam.
Literatura ilustrada para crianças a partir de 12 anos até os 112 anos.
No final de 2022, porque as coisas levam tempo, com o livro pronto, começam as investigações gráficas que, após visita de Angela à Ipsis Gráfica e Editora, nos levam ao seu sistema de impressão +Color, em que as cores – que em Kimbi também narram – se maximizam.
Kimbi e a magia na floresta sai da gráfica no final de dezembro, como um presente de Natal, espelhando na forma toda essa odisseia: capa dura com verniz colorido teimosamente aprovado, formato gostoso de pegar na mão, uma infinidade de universos em cada parágrafo ou ilustração, uma profusão de cores, cheiros, sensações.
Que Kimbi e a magia na floresta chegue bem. Ao Brasil. A Angola. A Portugal. Aonde quiser.” [Os editores]
Texto: Edições Barbatana