Nas páginas de Abebe Bikila e os pés de vento, você acompanhará a história do pequeno Abebe, da infância em Xoa, na Etiópia, ao seu grande triunfo como um dos maiores maratonistas de todos os tempos, ao vencer os Jogos Olímpicos de Roma, em 1960. Seu feito não foi trivial: correu 42 quilômetros descalço e venceu na casa de seus antigos opressores.
Nesse livro ilustrado delicado e potente, realidade e fantasia se misturam com a mesma força e leveza do ato realizado pelo herói etíope. O primeiro livro autoral de Erika Astronauta revela que, por trás dos feitos mágicos que acontecem na vida dita real, há sempre uma dose imensa de poesia. E que só com os olhos atentos para essa beleza da vida é que o real resiste.
Faixa etária
Voltado a crianças a partir de 5 anos, o que não impede que a leitura também seja divertida e recomendada para crianças menores, que realizem a leitura dos textos e imagens compartilha com um adulto. Ou mesmo para nós, que somos bem maiores!
Sobre a autora
ERIKA ASTRONAUTA nasceu em São Paulo. Cursou Design Gráfico no Colégio Técnico Carlos de Campos e no Centro Universitário Senac, em São Paulo, e História da Arte no Institut d’Études Supérieures des Arts, em Paris.
Após experiências nas artes plásticas e no design, aterrissei de vez no universo da ilustração de livros para crianças, já tendo trabalhado com diversas editoras.
Em 2017, fui uma das fundadoras do Coletivo Jacaré na Porta, grupo de estudos e criação de literatura infantil e infantojuvenil, por onde lançou, em 2019, o livro O Grande Pato, coescrito com Mariah Guidella.
Convidada pelo Clube Quindim, participou da Flip 2019 na mesa “O Livro para Criança como Ação Coletiva: Esforço Comum em Busca de Novos Modelos”.
Abebe Bikila e os pés de vento é o seu primeiro livro autoral. Para fazê-lo, utilizou giz pastel oleoso e lápis de cor.
Sobre Abebe Bikila
A história protagonizada pelo maratonista etíope Abebe Bikila (Xoa, Etiópia, 7 de agosto de 1932, Addis Ababa, Etiópia, 25 de outubro de 1973) é desses feitos humanos que, de tão impressionantes, parecem até irreais. Foi essa sensação que tomou conta das pessoas nas ruas de Roma no dia 10 de setembro de 1960, quando o mundo acompanhou seus passos, descalço, por 42 quilômetros.
Bob Richards, ex-atleta e na época comentarista, narrava o final da maratona para o canal norte-americano CBS. Nos minutos finais da prova, ao ver Abebe se aproximando da linha de chegada, não conteve as lágrimas. Ele sabia que ali nascia um dos maiores feitos olímpicos.
No mesmo dia, John Kelley, companheiro de prova de Abebe, descreveu-o como um homem leve, gracioso de passos curtos e fluidos.
Curiosamente, 25 anos antes, tropas do Exército do primeiro-ministro da Itália, Benito Mussolini, atacaram por meses com pesados bombardeios a Etiópia, até que o país africano se rendeu e foi anexado à Itália, o que anunciava um prelúdio do início da Segunda Guerra Mundial.
No dia seguinte ao feito de Bikila, seu treinador, o sueco Onni Niskanen, se surpreendeu com a manchete de um jornal italiano que dizia: “Mussolini usou todo um Exército para conquistar a cidade de Addis Ababa, mas um único soldado da Guarda Etíope conquistou Roma”.
O feito de Abebe Bikila vai muito além de uma simples vitória ou de uma prova de resistência. Nesse dia, estava em jogo a honra do povo etíope, por isso imediatamente ele se tornou um grande herói do seu país.
Sobre a atualidade de Bikila: durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, realizados entre julho e agosto de 2021, o corredor etíope Selemon Barega ganhou o ouro olímpico do atletismo, vencendo a prova dos 10.000 m rasos. Não teve dúvidas: saudou Abebe Bikila, o grande maratonista e herói etíope.
Texto: Edições Barbatana