Em 1890, o escritor britânico Lewis Carroll (1832-1898) decidiu adaptar seu livro de maior sucesso para os pequenos leitores. E, tal Alice ao beber da poção misteriosa e encolher, também Alice in Wonderland, que ele publicou com sucesso em 1865, virou The Nursery Alice, livro que agora publicamos com o título A Pequena Alice, em deliciosa tradução da escritora Cristina Porto, uma das mais prestigiadas autoras da literatura brasileira para crianças.
Com a adaptação, conforme Carroll comenta no Prefácio de sua (e nossa) nova obra, sua pretensão era ampliar ainda mais seu leitorado: “Minha ambição agora (ou seria uma vã ilusão?) é ser lido por crianças de ‘nenhuma idade’ aos cinco anos. Ser lido? Não, nem tanto! Melhor dizer ser folheado, amassado, ser beijado pelos pequenos iletrados, aqueles que ainda não conheceram o ‘reino da gramática’, aquelas criaturinhas cheias de dobras e covinhas, que enchem o espaço onde estão com gritarias e alegres algazarras, deixando em nosso coração a mais suave das alegrias!”.
E assim nascia, pelas mãos do próprio Lewis Carroll, a primeira adaptação de Alice no País das Maravilhas. Logo viriam muitas outras! Para ficarmos em uma animação, como não nos lembrarmos da realizada por Walt Disney, em 1951? Em um filme? Quem não se lembrará da versão feita por Tim Burton, em 2010?
A edição original da adaptação de Carroll contém 20 reproduções ampliadas e coloridas das ilustrações originais de Sir John Tenniel (1820-1914), com as quais Carroll dialoga, perguntando aos pequenos leitores sobre seus minuciosos detalhes.
Encerra a edição um Posfácio escrito por Cristina Porto. O motivo não poderia ser outro: “Alice no País das Maravilhas é realmente, o meu livro de cabeceira. Sempre esteve por perto. E sempre estará”.
Bonus track
A quarta-capa de A Pequena Alice traz uma grande surpresa: um QR-Code transporta os pequenos leitores (de todas as idades) para Alice in Wonderlad, a primeira adaptação cinematográfica do clássico de Carroll, realizada em 1903 pelos cineastas britânicos Cecil Hepworth (1874-1953) e Percy Stow (1876-1919).
Faixa etária
Voltado a crianças a partir de “nenhuma idade”, como diz Lewis Carroll no Prefácio.
Sobre o autor
Lewis Carroll, pseudônimo de Charles Lutwidge Dodgson (Daresbury, Cheshire, 27 de janeiro de 1832-Guildford, Surrey, 14 de janeiro de 1898), foi escritor, lógico, matemático e fotógrafo britânico. Escreveu diversas obras de grande sucesso, sendo as mais conhecidas Alice no País das Maravilhas (1865) e Alice Através do Espelho (1871).
Sobre o ilustrador
Sir John Tenniel nasceu em 28 de fevereiro de 1820, viveu e morreu em Londres em 25 de fevereiro de 1914. Dono de uma obra extensa, ficaria para sempre marcado por seu trabalho de ilustrador das primeiras edições das principais obras de Carroll, tanto em Alice no País das Maravilhas, como em Alice Através do Espelho.
Sobre a tradutora
Cristina Porto é paulista de Tietê. Formou-se em Letras, pela Universidade de São Paulo. Desde o começo de sua carreira profissional, em 1971, sempre esteve ligada à criança: como professora de alfabetização, durante sete anos, em uma escola municipal da periferia de São Paulo; depois, como funcionária da Editora Abril, no departamento de publicações infantojuvenis, onde trabalhou para as revistas Recreio, Alegria e Corujoca, como colaboradora e editora; a partir de 1980, como escritora, estreando com o livro Se, será, Serafina?, editado pela Ática.
Entre 1981 e 1983, participou, como coordenadora geral, do projeto Taba: histórias e músicas brasileiras, criado e editado por Sonia Robatto e a equipe do estúdio que levava seu nome.
Depois disso, passou a dedicar-se exclusivamente à literatura; tem, hoje, mais de 50 livros publicados por várias editoras, dentre os quais, os premiados Serafina e a criança que trabalha – prêmio de Melhor Livro Infantil Informativo, conferido pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil (FNLIJ), em 1996, e O diário escondido de Serafina (Ática) – prêmio de Melhor Livro Infantil, conferido pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), em 1997, ambos publicados pela Editora Ática.
De Cristina Porto, a Edições Barbatana publicou em 2017 o livro Caderno alado: a passarada do Infinito em prosa e verso.
Texto: Edições Barbatana
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